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25/06/2024

Estratégias para uma alimentação infantil saudável

Na jornada do crescimento e desenvolvimento das crianças, a alimentação desempenha um papel fundamental. A maneira como nutrimos nossos pequenos não apenas influencia a saúde física, mas também molda seus hábitos alimentares e seu bem-estar geral ao longo da vida. Compreender a importância de uma alimentação balanceada e nutritiva desde cedo é essencial para garantir que nossas crianças cresçam saudáveis e felizes. Porém, existem muitos desafios em relação à alimentação saudável que são enfrentados pelos pais e cuidadores.. Propagandas de fast foods, a grande oferta de produtos ultraprocessados (ricos em açúcar e gordura), a rotina corrida dos pais que dificulta o planejamento das refeições, assim como a influência de outras pessoas que convivem com a criança e podem oferecer alimentos não saudáveis em horários indevidos influenciam o paladar e hábitos da criança. Primeiramente, é importante lembrar que o paladar é individual e é um resultado das nossas experiências alimentares. Aprender a comer de forma saudável desde o início da vida nos auxilia a ter melhor aceitação de uma alimentação variada e menor resistência às mudanças alimentares.  

 

Para cada fase, as necessidades nutricionais são diferentes 

 

Desde o nascimento até os seis primeiros meses, o recomendável é que seja ofertado o leite materno em livre demanda, ou seja, o bebê pode mamar em qualquer horário e as quantidades de leite podem variar conforme a fome e o estado de saúde. A partir do sexto mês, os pais podem iniciar a introdução alimentar, apresentando os grupos alimentares, porém o leite materno (ou a fórmula infantil) continua sendo a principal fonte alimentar da criança. De um a dois anos, o bebê permanece em introdução alimentar, mas o leite materno é complementar e os alimentos passam a assumir o papel principal da nutrição. A introdução alimentar é uma fase na qual os pais podem trabalhar o paladar da criança e realizar o desenvolvimento sensorial. Por isso, a combinação dos alimentos para elaboração de refeições equilibradas, contendo todos os grupos alimentares essenciais é de extrema importância. Os primeiros 1000 dias de vida (gestação até os dois anos) são importantíssimos porque podem mudar o destino de uma criança tanto nos aspectos biológicos como intelectuais e sociais. Por isso, reforçamos a essencialidade da alimentação adequada na formação de uma pessoa saudável. Na alimentação diária de todos nós, principalmente para crianças, não pode faltar frutas, legumes, verduras, leguminosas (como feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), proteínas de boa qualidade (carnes magras, ovos) e cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, trigo). Dos dois aos sete anos, a criança passa por uma fase de amadurecimento que pode ocasionar em recusas alimentares.

 

Paladar infantil: um mito

 

Quando se fala que o paladar é infantil atribui-se à seletividade ou a preferência por doces e guloseimas ao fato de ser criança, bem como a alimentação saudável e variada aos adultos. De acordo com Melina, não existe paladar infantil, mas sim pessoas seletivas. Nascemos sem conhecer nenhum sabor e quem apresenta os alimentos, saudáveis ou não às crianças, são os adultos. Existem crianças e adultos que comem bem saudável, assim como há crianças e adultos muito seletivos. Fato é que adultos seletivos normalmente foram crianças seletivas sem acompanhamento nutricional correto.

 

Seletividade e alergias 

 

A seletividade alimentar, assim como outras desordens nutricionais, é uma condição que precisa ser tratada com o acompanhamento médico, nutricional e psicológico. Já as alergias alimentares são desafiadoras, tanto pela necessidade de um cuidado para evitar os danos à saúde quanto às restrições alimentares que podem gerar frustrações na criança, sentimento de exclusão social, medo de alimentar, dentre outros transtornos alimentares e emocionais.  Ao desconfiar de alergias ou intolerâncias alimentares, os pais ou cuidadores devem procurar a equipe de referência do Conexão Saúde para a investigação e, após diagnóstico, passar por consulta nutricional para adequação do planejamento alimentar da criança e da família. Além disso, pode ser necessário o acompanhamento psicoterápico para lidar com aceitação do diagnóstico e auxiliar na adaptação social diante das restrições alimentares.

 

acompanhamento nutricional ao longo da vida 

 

O nutricionista é o profissional que orientará a alimentação e a nutrição desde o planejamento gestacional (onde genitores devem se preparar nutricionalmente para gerar um bebê mais saudável possível); na gestação; alimentação da mãe durante a amamentação; introdução alimentar do bebê, educação nutricional de crianças, adultos e idosos e adequação de alimentação na prática esportiva, com o objetivo de promoção da saúde e prevenção de doenças.